sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Depois de (tentar) esfriar a cabeça e deixar que as emoções vividas “na hora” assentassem, há pontos-chave que se devem ter em conta, tendo sempre presente que o que vou referir é, apenas e só, a minha modesta opinião:

- A Avaliação dos Professores é imprescindível e deve ser efectuada no “terreno” (aulas) sem data combinada nem hora marcada, feita por quem saiba avaliar, várias vezes ao longo de cada ano lectivo.
Até então, cada Professor tem duas aulas assistidas pelo seu avaliador (que é um Professor com mais anos de tempo de serviço, mas sem qualquer formação extra para este “cargo” que lhe é impingido pelo ministério), com data marcada. Portanto, “corre-se o risco” de existirem duas belíssimas aulas e nas restantes nada ser feito (infelizmente, há casos destes).
E ainda 25 horas de formação (correspondem a 1 crédito, os contratados devem ter 2 por ano lectivo).
Para não dizer o óbvio: em cada instante e a todo o momento somos avaliados pelos nossos mais críticos, mas também, mais importantes/sinceros/credíveis avaliadores: os nossos Alunos.

- Sobre a dita prova (que nada prova), descrevo esta situação com uma única palavra: humilhação!
Digam, de vossa justiça, se esta obscenidade faz de alguém Professor:
Todos os Professores foram licenciados em instituições creditadas para tal (não concluímos a licenciatura por fax a um domingo).
Instituições essas que nada fizeram quando o ministério lhes passou um atestado de incompetência (quando surge a necessidade de se fazer uma prova para escolher os melhores professores, quer dizer que as médias alcanças de nada valem), mas quando lhes foi retirados dinheiro, houve logo indignação … também isto tem que ser mudado.
Além disso, somos continuamente avaliados (já foi referido acima que temos horas obrigatórias de formação e aulas assistidas nos moldes que o ministério exige).

Outros dos aspectos que reflecte a humilhação a que muitos foram sujeitos é o conteúdo da prova. As crianças do 9º ano “passavam” com distinção. E isso quer dizer que estavam aptos a ser Professores?
Não brinquem connosco.

Uma prova, com questões pertinentes (que tornassem o ensino melhor) e pedagógicas, até faria algum sentido se fosse realizada logo após o término da licenciatura, agora, sujeitar Professores que leccionam há anos, que corrigem exames nacionais, avaliam alunos, são directores de turma, coordenadores de departamentos e/ou grupos, tomam decisões em inúmeras reuniões … é impensável.
Uma prova em que os Professores pagam para serem excluídos definitivamente de uma carreira que já pertencem. 
Já para não falarmos que até os bebés iam estar presentes no exame, entre uma mamada e uma muda de fralda as mães lá iam respondendo a umas questões hediondas… é uma situação desumana.

Claro que este desrespeito só acontece, devido à desunião da “classe” docente.
Alguns só se lembram que algo está errado quando lhes toca no próprio “umbigo”.
Embora leccione há cerca de 10 anos, apenas tenho pouco mais que 5 anos de tempo de serviço, foi por um triz que “escapei” à prova (por enquanto), mas não me sinto melhor (nem pior) do que os Professores que têm menos (ou mais) que 5 anos de tempo de serviço. Senti-me moralmente “obrigada” a estar junto “dos meus”.
O mário nogueira e “coleguinhas” são tão culpados como o ministério da educação, as suas intervenções em nada beneficiam a Educação, apenas envergonham os Verdadeiros Professore … nunca me senti representada por eles.
É de salientar que o actual ministro da Educação e Ciência, quando era Professor foi um aguerrido contestatário desta prova … e com toda a razão.

- Mais importante que tudo, somos Professores, temos que dar o exemplo, temos que lutar por nós e pelos nossos Alunos, batalharmos pelos nossos valores, mas sempre de forma honrosa.
Pelo Alunos, pelos Professores, pelo Ensino, pela nossa sanidade, espero que seja uma luta digna e que vença a EDUCAÇÃO!
  
Aproveito para agradecer publicamente todo o carinho que tiveram para comigo: Alunos, Professores, Funcionários, Encarregados de Educação, Amigos, Conhecidos … as vossas mensagens/telefonemas/palavras sabem-me sempre bem, mas no passado dia 18 tiveram um sabor especial.
É por estas e por outras que sei que tudo isto vale a pena.
Dizer “obrigada” é pouco, por isso, prefiro lembra-vos que podem contar sempre comigo!

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