Depois de (tentar) esfriar a cabeça e deixar que as emoções
vividas “na hora” assentassem, há pontos-chave que se devem ter em conta, tendo sempre presente que o que vou referir é, apenas e só, a minha modesta opinião:
- A Avaliação dos Professores é imprescindível e deve ser
efectuada no “terreno” (aulas) sem data combinada nem hora marcada, feita por
quem saiba avaliar, várias vezes ao longo de cada ano lectivo.
Até então, cada Professor tem duas aulas assistidas pelo seu
avaliador (que é um Professor com mais anos de tempo de serviço, mas sem
qualquer formação extra para este “cargo” que lhe é impingido pelo ministério),
com data marcada. Portanto, “corre-se o risco” de existirem duas belíssimas aulas
e nas restantes nada ser feito (infelizmente, há casos destes).
E ainda 25 horas de formação (correspondem a 1 crédito, os
contratados devem ter 2 por ano lectivo).
Para não dizer o óbvio: em cada instante e a todo o momento
somos avaliados pelos nossos mais críticos, mas também, mais
importantes/sinceros/credíveis avaliadores: os nossos Alunos.
- Sobre a dita prova (que nada prova), descrevo esta situação com
uma única palavra: humilhação!
Digam, de vossa justiça, se esta obscenidade faz de alguém
Professor:
Todos os Professores foram licenciados em instituições
creditadas para tal (não concluímos a licenciatura por fax a um domingo).
Instituições essas que nada fizeram quando o ministério lhes
passou um atestado de incompetência (quando surge a necessidade de se fazer uma
prova para escolher os melhores professores, quer dizer que as médias alcanças
de nada valem), mas quando lhes foi retirados dinheiro, houve logo indignação …
também isto tem que ser mudado.
Além disso, somos continuamente avaliados (já foi referido
acima que temos horas obrigatórias de formação e aulas assistidas nos moldes
que o ministério exige).
Outros dos aspectos que reflecte a humilhação a que muitos
foram sujeitos é o conteúdo da prova. As crianças do 9º ano “passavam” com
distinção. E isso quer dizer que estavam aptos a ser Professores?
Não brinquem connosco.
Não brinquem connosco.
Uma prova, com questões pertinentes (que tornassem o ensino
melhor) e pedagógicas, até faria algum sentido se fosse realizada logo após o
término da licenciatura, agora, sujeitar Professores que leccionam há anos, que
corrigem exames nacionais, avaliam alunos, são directores de turma,
coordenadores de departamentos e/ou grupos, tomam decisões em inúmeras reuniões
… é impensável.
Uma prova em que os Professores pagam para serem excluídos definitivamente
de uma carreira que já pertencem.
Já para não falarmos que até os bebés iam estar presentes no
exame, entre uma mamada e uma muda de fralda as mães lá iam respondendo a
umas questões hediondas… é uma situação desumana.
Claro que este desrespeito só acontece, devido à desunião da
“classe” docente.
Alguns só se lembram que algo está errado quando lhes toca
no próprio “umbigo”.
Embora leccione há cerca de 10 anos, apenas tenho pouco mais
que 5 anos de tempo de serviço, foi por um triz que “escapei” à prova (por
enquanto), mas não me sinto melhor (nem pior) do que os Professores que têm
menos (ou mais) que 5 anos de tempo de serviço. Senti-me moralmente “obrigada”
a estar junto “dos meus”.
O mário nogueira e “coleguinhas” são tão culpados como o
ministério da educação, as suas intervenções em nada beneficiam a Educação,
apenas envergonham os Verdadeiros Professore … nunca me senti representada por
eles.
É de salientar que o actual ministro da Educação e Ciência,
quando era Professor foi um aguerrido contestatário desta prova … e com toda a
razão.
- Mais importante que tudo, somos Professores, temos que dar
o exemplo, temos que lutar por nós e pelos nossos Alunos, batalharmos pelos
nossos valores, mas sempre de forma honrosa.
Pelo Alunos, pelos Professores, pelo Ensino, pela nossa
sanidade, espero que seja uma luta digna e que vença a EDUCAÇÃO!
Aproveito para agradecer publicamente todo o carinho que tiveram para
comigo: Alunos, Professores, Funcionários, Encarregados de Educação, Amigos,
Conhecidos … as vossas mensagens/telefonemas/palavras sabem-me sempre bem, mas
no passado dia 18 tiveram um sabor especial.
É por estas e por outras que sei que tudo isto vale a pena.
Dizer “obrigada” é pouco, por isso, prefiro lembra-vos que
podem contar sempre comigo!
Sem comentários:
Enviar um comentário