quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Jeito estúpido de te amar

1 comentário:

  1. E eu tenho que gritar isso
    Porque você está surdo e não me ouve
    A sedução me escraviza a você
    Ao fim de tudo você permanece comigo
    Mas preso ao que eu criei e não a mim
    E quanto mais falo sobre a verdade inteira
    Um abismo maior nos separa
    Você não tem um nome e eu tenho
    Você é rosto na multidão
    E eu sou o centro das atenções
    Mas há mentira na aparência do que eu sou
    E há mentira na aparência do que você é
    Porque eu não sou o meu nome
    E você não é ninguém
    O jogo perigoso que eu pratico aqui
    Busca chegar no limite possível de aproximação
    Através da aceitação da distância
    Ou do reconhecimento dela
    Entre eu e você
    Existe a notícia que nos separa
    Eu quero que você me veja nu
    Eu me dispo da notícia
    E a minha nudez parada
    Me denuncia e te espelha
    Eu me dilato
    Tu me relatas
    Eu nos acuso e confesso por nós
    Assim me livro das palavras
    Com a as quais você me veste.


    Eu sei que eu tenho um jeito
    Meio estúpido de ser
    E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
    Mas cada um tem o seu jeito
    Todo próprio de amar e de se defender
    Você me acusa e só me preocupa
    Agrava mais e mais a minha culpa
    Eu faço, e desfaço, contrafeito
    O meu defeito é te amar demais
    Palavras são palavras
    E a gente nem percebe o que disse sem querer
    E o que deixou pra depois
    Mais o importante é perceber
    Que a nossa vida em comum
    Depende só e unicamente de nós dois
    Eu tento achar um jeito de explicar
    Você bem que podia me aceitar
    Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
    Mas é assim que eu sei te amar

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